sábado, 1 de outubro de 2011

Vida e Obra da Autora e Revisora Márcia Maria Luconi

Vida
Bem sou formada em Ciências Contábeis o que não tem nada a ver com o que faço, nem com o que já fiz, dei aulas da quinta a oitava série de Português e Matemática, Português eu dava as aulas de reforço das turmas. 

Sou casada tenho três filhos e quatro netos.

Tenho 57 anos, nasci em São Paulo, filha de pais maravilhosos, que eram demais, mas o mais importante é que eram gente em todo sentido da palavra. E sempre em suas vidas agiram nos dando exemplos vivos de FÉ e AMOR.



Acima de tudo eu acredito em Deus e no Mestre Jesus, e acredito mesmo que não deveria ter separação religiosa, as doutrinas religiosas para mim são filosofias, idéias, pensamentos de cada um, pois cada um lê a bíblia e sente e vê de uma forma, cada um dentro do seu entendimento que Deus lhe deu. 

Para mim o que vale é a exemplificação do amor, do amor universal, fraterno, aquele que Jesus tanto pregou e o mais importante exemplificou a vida toda. 



Obra

AÇÃO IMPENSADA

 

 


Era apenas uma criança, alegre, bastava que uma música tocasse para se por a dançar, quando havia visitas, não se inibia, a alegria ela espalhava.

Os pais pensavam que no futuro procurariam uma escola de ballet, no momento era tão pequena, talvez em dois ou três anos.

Bom isso tudo ela era até os cinco anos, mas algo aconteceu que fez com que a pequena mudasse toda a sua personalidade, um fato até comum.

Nos últimos tempos, no meio da noite , acordava assustada, aos prantos chamando pela mãe, agarrava-se a ela e na cama do casal ia dormir. Antigamente tudo era considerado manha e ninguém questionou a pequena o porquê de tanto choro.

Bem comentando com amigos, os pais só tiveram uma resposta: - Manha se trata com umas boas palmadas, se a situação não mais acontecesse estava confirmado o diagnóstico.

Os pais relutavam em tomar a medida, quem sabe não passasse sozinho, afinal ela nunca dera grandes problemas, haveria de passar.

Uma noite o pai chegara em casa bastante nervoso, o dia no trabalho havia sido péssimo, a cabeça latejava, a pequena mais uma vez acordou a mãe aos prantos e mais uma vez foi levada para a cama do casal, o pai que dormia muito mal, pediu à esposa que trocasse de cama com a filha, assim repousaria melhor.

Só que a menina agarrada com a mãe, quando percebeu a sua ausência, começou a chorar e pedir pela mãe. Era o que faltava para o copo transbordar, o pai não pensou, agiu, pegou bruscamente a menina, jogou-a em sua cama e sob os protestos da mãe, aplicou-lhe um corretivo, bem pouco parecido com palmadas no bumbum, estava descontrolado, foi uma surra e tanto, abalado emocionalmente com seus problemas anteriores, descarregou na pobre toda a sua ira.

Bem a pequena cresceu e passou muitas noites de pavor, o que a apavorava em visões de gente que ela nunca tinha visto, sem contar os sonhos onde aquelas pessoas queriam pegá-la, nunca mais chorou ou pediu socorro, nunca falou o que a amedrontava, mas também não se lembrava daquela noite, a lembrança da surra havia sido varrida de sua memória, não pedia ajuda porque dentro dela algo dizia que era melhor ficar quieta, nunca ouviu nenhuma referência dos pais a tão malfadada noite.

A sua personalidade mudara, a menina alegre morrera, cresceu quieta, pelos cantos da casa, não procurava a companhia de ninguém nem dos irmãos, não tinha amigas, mas era excelente aluna, nunca mais a viram dançar e aos poucos se acostumaram com a menina triste, obediente sempre foi, mas tornou-se explosiva, não conseguia expor seus pensamentos, suas idéias sem se alterar, e enquanto todos abaixavam a cabeça quando o pai dava uma ordem, ela para o desespero da mãe o enfrentava, bastava achar que a ordem era injusta, sem procedência.

Ela e o pai tornaram-se os melhores amigos, como jamais visto, ele adivinhava os seus pensamentos e ela os dele, o que realmente atrapalhava era as suas explosões, na maioria das vezes muito justas, mas que a faziam perder a razão, magoava as pessoas e não conseguia se expor de forma a protestar ajudando e não ferindo.

Por isto, um dia desabafou com sua madrinha, e esta sem rodeios lhe disse que nem sempre fora assim, contou-lhe sobre o seu jeito alegre de ser e explicou-lhe a terrível surra que levara, as conseqüências de tal surra logo foram vistas, no dia seguinte amanhecera com quarenta graus de febre, seus pais correram para o médico, que sem dúvida nenhuma diagnosticou o trauma sofrido, alguns dias demorou a febre ceder, mas a espontaneidade, a alegria nunca mais voltou.

Seus pais cogitaram em levá-la a um psiquiatra, mas logo rejeitaram a idéia, na época este era médico de loucos, então esperaram que o tempo curasse.

A menina, agora já uma moça, espantou-se pelo fato de não se lembrar de nada daquela noite, o que se lembrava era apenas das visões que tanto a amedrontaram, por tanto tempo.

Por amar demais os seus pais nunca tocou no assunto com eles, entendera que fora um momento de nervoso.

Tocou sua vida, quando nos conhecemos já tinha filhos adultos, sempre enfrentou sérios problemas em se relacionar em qualquer ambiente, expor suas idéias no trabalho jamais, a duras penas e muita fé aprendeu a controlar as explosões, não conseguiu ter auto-estima e nem confiança em si mesma, sempre enfrentou sérios problemas conjugais e sua vida profissional segundo ela tornou-se medíocre.

Após o desabafo me disse: “Não sei quem realmente sou, sempre tenho a impressão que essa não sou eu e não sei se realmente esta é a vida que eu deveria ter levado”

Com um ato impensado, o pai havia sem querer transformado toda a sua vida.
Este e outros textos de Luconi podem ser lidos em sua página do Recanto dos Autores. Acessem:

http://www.recantodasletras.com.br/autores/mmluconi

http://www.avspe.eti.br/poetas2010/MarciaMariaLuconi.htm 



Luconi também é uma maravilhosa seguidora dos blogs. Seus comentários são de encher os olhos de lágrimas e o espírito de alma. Muito participativa e incentivadora. Também escreve em seus quatro blogs. Não deixe de visitá-los.



13 comentários:

  1. olha só você me fez um presentão, obrigada, gostei muito Fran, realmente eu não esperava, você é super, te gosto muito, como já disse pessoas como você fazem valer a pena, beijos e obrigaduuuuuuuuuuu..............

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  2. Eu é que agradeço, querida, muitíssimo. Há muito que a observo e foi ótimo ter tido esta abertura. Obrigada mesmo.

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  3. Bem você modificou a postagem e eu estou aqui com lágrimas nos olhos, este conto é real e conheço bem esta menina, nossa nunca pensei que alguém o buscaria, não sabe como esta história fala a minha alma, obrigada Franci você é muito especial, mexeu mesmo comigo, como o Pai é maravilhoso sempre sempre dá um jeito de mostrar que nos Ama, que está conosco e acima de tudo nas horas de maior solidão nos mostra que temos amigos, como você obrigada sempre, beijos Luconi

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  4. Francilangela o amigo e escritor Antonio Lidio me mandou email dizendo que não está conseguindo postar comentário aqui nesta postagem, então me mandou o comentário via email e pediu para eu tentar,o blog dele são dois http://vozesdeminhalma.blogspot.com/ e
    http://liriodasalmas.blogspot.com/
    Agora o comentário o qual você perceberá a pessoa generosa que ele é:

    Querida amiga Francilangela,
    É com satisfação e felicidade que venho apreciar tão linda biografia da Menina Luconi.
    Menina porque é uma pessoa de Espírito elevado e uma Alma linda.
    Parabenizo tua inciativa em dar-nos a conhecer um pouco mais desta
    ilustre pessoa que é mais do que uma amiga.
    E parabenizo o blog em sua proposta, de fortalecer elos de amizade,
    corações e fraternidade.
    Um fraterno abraço, um beijo em teu coração.
    ANTONIO LIDIO GOMES

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  5. Querida não precisa publicar este aqui, mas vai no meu blog de Textos tem carinho para você e o Antonio, beijos Luconi

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  6. Obrigada, Lídio. Também sinto o mesmo por Luconi.

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  7. Fico feliz em ver a Luconi tão bem trazida por aqui! Ela merece todo carinho, reconhecimento e homenagens! beijos,tudo de bom às duas,chica

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  8. Franci,que bela homenagem a querida Marcia!Está muito bem feita a biografia e a história é bastante comovente!Eu adoro as coisas que a Marcia escreve!Parabéns ás duas! Fiz uma sinopse sua lá no meu blog.Se puder,visite!Vou mandar as perguntas da entrevista por email.Bjs,

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  9. Obrigada, Anne Lieri. A Luconi tem um carinho especial por você.

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  10. Oi Franci, realmente emocionante esta história e a Luconi...pessoa especial, de uma sensibilidade tremenda, sou fã dela e das mensagens dela que sempre nos trazem grandes ensinamentos.
    Antônio Lídio...alma nobre,iluminada e carinhosa, o que mais dizer? adorei passar por aqui
    Beijos aos três!

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  11. Oi Francislangela, ceguei aqui pelo blog da Luconi, e concordo contigo, ela é uma pessoa incrível e merece esse lindo post que vc fez. Não conhecia este conto dela e muito me emocionei.
    :)
    bjokitas pra vc.

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